Transtorno do Espectro Autista - interdisciplinaridade na atenção à pessoa com TEA

Transtorno do Espectro Autista: Você já escutou alguém falar sobre o quão importante é fazer o acompanhamento terapêutico do paciente com mais de um profissional ao mesmo tempo? Isso se chama acompanhamento interdisciplinar.

Dizemos que um acompanhamento terapêutico é interdisciplinar quando um mesmo paciente é avaliado e acompanhado não por vários profissionais da mesma especialidade, mas por diferentes profissionais de especialidades diversas. Para exemplificar, vamos focar no acompanhamento da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) – ou o autismo, como algumas pessoas ainda reconhecem esse transtorno, porque a nomenclatura mudou recentemente – é uma alteração da linguagem que afeta a comunicação e o comportamento. É um espectro, ou seja, uma variedade de transtornos que afetam em maior ou menor grau as condições de relação social, seja pela ausência ou alteração da fala, seja pela dificuldade de desenvolvimento de outras materialidades para a expressão da linguagem. O diagnóstico desse transtorno é feito com base na observação clínica e depende de diferentes profissionais contribuindo para esse diagnóstico. Cada profissional apontará objetivos específicos para esse olhar, atuando interdisciplinarmente para a definição do funcionamento da linguagem, do comportamento, das funções motoras, da fala e das condições para o aprendizado, por exemplo.

Na lista que acabei de citar estariam trabalhando unidos para o diagnóstico do TEA em crianças, jovens ou adultos, o fonoaudiólogo, o médico pediatra, o médico neurologista, o psicólogo, o fisioterapeuta e um educador especializado. Mas, não basta que cada um desses profissionais faça uma avaliação desarticulada das demais avaliações realizadas. É preciso que todos eles ajam como uma equipe que tem o mesmo paciente como centro da atenção.

Atuando articuladamente estará o fonoaudiólogo. Lembre-se que a comunicação é um dos fatores a serem avaliados e posteriormente trabalhados para que o paciente possa seguir com suas atividades de cuidados de rotina diária, escolares e profissionais o quanto antes possível e o fonoaudiólogo é o profissional especializado para esse trabalho.

O objetivo maior da fonoaudiologia na avaliação do desenvolvimento da Pessoa com Transtorno de Espectro do Autismo é observar e relatar o mais precocemente possível as condições da linguagem e de comunicação verbal e não verbal para que possamos trabalhar o desenvolvimento da linguagem o quanto antes. Mas, para que sejam alcançados melhores resultados é muito importante que o paciente também desenvolva suas funções motoras como força e equilíbrio corporal para que o trabalho para adequar tônus e postura facial possam favorecer o desenvolvimentos fala, por exemplo, e o profissional indicado para o trabalho motor corporal é o fisioterapeuta ou o educador físico especializado. Juntos, fonoaudiólogo e fisioterapeuta poderão compor estratégias que favoreçam o desenvolvimento global do paciente. O psicólogo, que também é um profissional que poderá compor esta equipe, elaborará estratégias que fortaleçam as relações e o desenvolvimento psicoemocional do paciente e que acolham a família em todo o processo; e o nutricionista construirá um acompanhamento que poderá auxiliar na redução à reatividade frente a alguns alimentos em situações de seletividade.

Atingir o equilíbrio para o desenvolvimento global da Pessoa com TEA é o objetivo geral da equipe que a acompanha.

As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”

Dra. Renata Barros
Fonoaudióloga – CRFa. 2-10601.

CCAF @ Todos os direitos reservados. SEO Rô Macul