Fala: A aquisição da fala depende de uma série de fatores que estão muito além da habilidade motora dos órgãos fonoarticulatórios. É muito importante ao observar o desenvolvimento linguístico de uma criança que os pais estejam atentos a alguns aspectos:
– Audição: Costumamos dizer que o primeiro ano de vida é o primeiro ano de escuta. Ele é fundamental para que a linguagem se desenvolva, e que seja a base para a produção das primeiras palavras com significado. Portanto, antes mesmo da criança emitir as primeiras palavras ela deve demonstrar que compreende o que é dito. Ou seja, mesmo antes de 1 ano podemos observar se são capazes de compreender ordens simples, se tentam realizar imitações, se demonstram intenção em se comunicar oralmente, entre outros. Com a triagem auditiva neonatal obrigatória em nosso país, fica mais fácil saber se a criança nasceu ouvinte, mas isso não diminui a necessidade de acompanhar a evolução das respostas auditivas.
– Alterações neurológicas que afetam a cognição também precisam ser investigadas.
– Transtornos psicológicos que interfiram nas relações interpessoais;
– Estimulação inadequada, ou seja, a criança não é estimulada de forma eficiente para se comunicar. Para se comunicar, a criança precisa ser exposta a comunicação de qualidade e precisa ser estimulada a se comunicar oralmente. A vida corrida muitas vezes impede que os pais tenham tempo de apresentar o mundo verbal para a criança, demonstrando-o através de brincadeiras, músicas, histórias, etc.
– Dificuldades na motricidade oral: crianças que apresentam dificuldades para mastigar, engolir, podem apresentar dificuldade para adquirir fala. Infelizmente muitas vezes a família apresenta apenas alimentos que não exigem muito esforço da musculatura o que interfere no desenvolvimento da mesma e por consequência na execução dos movimentos de fala.
Além destes fatores, é necessário avaliar o desenvolvimento global, ou seja, a capacidade de se locomover, de aprender, de interagir, de se expressar, entre outros. O atraso de fala pode ser um “sintoma” dentro de um quadro mais amplo que precisa ser investigado. O ideal é procurar um profissional experiente que possa identificar as possíveis causas e orientar a melhor conduta.
Em caso de dúvida, consulte um especialista.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024