Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

O Transtorno do Espectro do Autista (TEA) descrito na literatura cientifica pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner e, atualmente, enquadrado nas alterações do neurodesenvolvimento, se apresenta como déficit na comunicação e interação social de indivíduos com padrões restritos e repetitivos de comportamento. (Apa,2014).

As manifestações desses comportamentos são bastante heterogêneas e, com isso, há uma variabilidade significativa entre cada sujeito. O diagnóstico, quanto mais precoce (oficialmente antes dos 03 anos de idade) possibilitará minimizar as características do transtorno e permitirá um prognóstico satisfatório, o que segundo Charman e Baird (2002) pode melhorar os déficits iniciais de interação social e comunicação.

As áreas afetadas no TEA são interação social, comunicação e linguagem que tendem a apresentar sinais desde a fase pré-linguística, em que os atos comunicativos são inexistentes, ineficientes ou reduzidos ao longo do neurodesenvolvimento, ocasionando dificuldades em reciprocidade das interações sociais por meio da comunicação, tais como: gestos, bincadeiras simbólicas, apontar, compartilhar interesses de ações e objetos, ficando muitas vezes atípicos dentro de um padrão de desenvolvimento infantil (Bosa, Czerainski & Brandão, 2016).

Quando as crianças autistas começam a se utilizar da linguagem (ou falham em começar), os pais passam a perceber com mais clareza que seus filhos são diferentes das outras crianças da mesma idade. Muitas vezes, é o atraso na aquisição de linguagem verbal que faz com que os pais procurem ajuda médica.  Apesar desse fato, sinais de dificuldades na capacidade de comunicação das crianças autistas são evidentes mesmo antes do período de aquisição da linguagem verbal, mas passam desapercebidos pelos pais.

Os bebês típicos rapidamente desenvolvem uma habilidade de se comunicar por meio de sinais não verbais: demonstram suas emoções pela expressão facial, procuram por objetos de interesse ou por pessoas, antecipam-se para obter contato físico com seus pais. O mesmo não ocorre com crianças autistas. Usualmente elas demonstram sérios problemas na compreensão e utilização da mímica, gestualidade e fala.

As crianças com TEA, que desenvolvem linguagem apresentam dificuldades marcantes em iniciar ou sustentar diálogos e, muitas vezes, apesar de se utilizarem da fala, não visam a comunicação.

A imitação social, é falha ou inexistente. Apresentam uma insistência na “mesmice” devido seu comportamento inflexível e suas rotinas e rituais não funcionais; como enfileirar os objetos que brinca de forma sistemática e constante. É comum usar o parceiro para ir em busca do objeto que deseja.  Os movimentos corporais estereotipados podem aparecerem sob a forma de  “flapping”, balanceio da cabeça, movimentos com os dedos, saltos e rodopios.

As restrições ocorrem em relação aos alimentos, sons altos, barulhos e luminosidade.  Podem apresentar-se inquietos ou quietos demais, perdurar no jargão e não demostrar medo diante do perigo.

São indivíduos resistentes a mudanças e apresentam interesse em objetos de ações repetitivas; como ventilador, rodas de carrinhos, interruptores, entre outros.

Na idade escolar, dificulta o aprendizado decorrente do não contato visual com o interlocutor, fazendo com que perca as dicas não verbais do ato comunicativo. Podem apresentar particularidades com algum assunto. São excessivamente literais na compreensão da linguagem dificultando a análise das expressões pessoais e sentimentos.

O diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo, se faz com a avaliação realizada por uma equipe de profissionais multidisciplinar da área da saúde, sendo composta por médicos neurologista, psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.

E após realizado o diagnóstico, esta equipe deverá se conversar periodicamente visando sempre o melhor desenvolvimento deste individuo.

Bibliografia pesquisada:

Perturbações do Espectro do Autismo: manual prático de intervenção, 2ª edição revista, novembro de 2012

Sinais e Orientações Práticas para o Transtorno do Espectro Autista (TEA); Suzelei Faria Bello, Andréa Carla Machado, 1ª edição 2016.

“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”

Fga Nirley Franceschi Moreira
CRFª 2-06061/SP

 

 

 

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