Perda Auditiva: Tem sido cada vez maior a procura por explicações a cerca do Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém, infelizmente este assunto ainda não é totalmente dominado pelos pesquisadores, médicos, educadores, etc e, é comum, vermos diagnósticos inadequados e ou tardios.
Desde 1980, o Autismo (TEA) tem sido descrito no Manual de Transtornos Mentais (ou DSM). No mais recente, o DSM-5, o autismo é descrito como um distúrbio de desenvolvimento que leva a severos comprometimentos de comunicação social e comportamentos restritivos e repetitivos que tipicamente se iniciam nos primeiros anos de vida.
O Autismo é uma condição que compromete severamente a comunicação e o convívio social atrapalhando gravemente o desenvolvimento global da criança. Além disso, uma das maiores características clínicas do autista é atraso da linguagem, especificamente marcado por atraso ou ausência de fala em alguns casos.
O impacto na vida do indivíduo portador desta patologia, assim como o impacto na vida da família é infelizmente devastador e a única maneira de reduzir este impacto é realizando o diagnóstico precoce, pois o tratamento especializado pode reduzir suas consequências.
Os eixos centrais do transtorno do espectro autista abrangem três grandes áreas: dificuldades de interação social, dificuldades de comunicação verbal e não verbal e padrões restritos e repetitivos de comportamento. Além disso, esta população apresenta maior incidência de outras alterações sensoriais quando comparada com crianças normais.
Em pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo em 2009, observou-se que 62,96% dos pais de crianças com transtorno do espectro autístico (verbais ou não) tiveram como suspeita inicial a perda auditiva devido aos comportamentos anteriormente relatados e, ao apurar os resultados obtidos nas avaliações audiológicas dessas crianças, concluíram que houve frequência significativamente alta de diagnóstico audiológico normal (88,89%). A deficiência auditiva constitui um dos principais diagnósticos diferenciais do transtorno do espectro autista e é muito comum ser a primeira suspeita dos pais.
Como existe um comprometimento da interação social do paciente é muito comum termos dificuldades de conseguir realizar audiometria tonal liminar, pois muitas vezes a criança não consegue compreender e interagir de forma satisfatória para realizar o exame. Nestes casos, se torna necessária a realização dos potenciais auditivos de tronco encefálico (BERA) como forma segura e objetiva do diagnóstico auditivo.
O BERA precisa ser realizado também com a colaboração da criança, o que muitas vezes não é possível nos casos de TEA. Sugere-se então, a realização do exame com anestesia. O recomendado, para garantir eficiência e segurança do procedimento, é que o exame seja realizado em ambiente hospitalar, na presença de um audiologista e de um médico anestesista.
Aqui na CCAF realizamos o BERA em sono natural ou em centro cirúrgico, o nosso equipamento é o Eclipse da Interacoustic e conta com a plataforma completa de avaliação eletrofisiológica.
Em caso de dúvida, consulte um especialista.
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024