Perda Auditiva: a vacinação pode proteger você

Perda Auditiva: O Dia Nacional da Imunização é celebrado em 9 de junho. Infelizmente a data não é muito divulgada e lembrada pela população em geral, mas a importância é inegável e enorme.

O principal objetivo desta data é a conscientização de toda a população sobre a importância de manter as principais vacinações em dia e assim diminuir a probabilidade de contrair enfermidades tais como caxumba, rubéola, sarampo, tétano, gripe, meningite, entre outras. Essas doenças podem, além de levar à morte, deixar sequelas e, dentre essas, a perda auditiva em diferentes graus.

A primeira vacina de imunização data de 1796, quando o médico britânico Edward Jenner descobriu como imunizar as pessoas expostas ao vírus da varíola.

A imunização dos povos está entre os maiores avanços de saúde pública. Foi após várias campanhas de vacinação que se alcançou a erradicação da varíola no mundo. Também a poliomielite foi eliminada em vários países e o controle de doenças como a rubéola e o sarampo. É também graças a imunização que índices de mortalidade infantil caíram drasticamente em quase todos os lugares do mundo.

A Organização Mundial de Saúde alerta que “a imunização salva milhões de vidas e é amplamente reconhecida como uma das intervenções globais em saúde de maior sucesso e mais economicamente viáveis”.

Atualmente, existe um movimento de pessoas que são contra a vacinação e não levam seus filhos para vacinar, sendo essa escolha algo perigoso para as próprias famílias e para toda a população.

A vacinação não é uma necessidade exclusiva de crianças, mas também de adolescentes, adultos e grupos de risco como gestantes, idosos e viajantes e existem programas de funcionamento bastante específico, para cada um desses grupos. Todos os membros de uma família devem estar vacinados, isso é muito importante.

Desde 1973, o Programa Nacional de Imunização (PNI), por meio das ações do Ministério da Saúde do Brasil, vacina gratuitamente, com todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), toda a população, sendo todas as vacinas seguras e eficazes. Também pelo Programa Nacional de Imunização é estabelecido um calendário nacional de vacinações contra as principais doenças que atingem crianças, jovens, adultos, idosos e gestantes.

Constantemente são incluídas novas vacinas no calendário e existe a preocupação para que as mesmas possam chegar em todo o território nacional.

Entre as mais recentes conquistas no desenvolvimento das vacinas estão as para pneumonia, meningites, diarreias, além das que são voltadas para a gripe e seus grupos de risco, como idosos e grávidas.

Não podemos deixar de destacar as principais doenças que podem ser evitadas pela vacinação e que apresentam como sequelas a perda auditiva ou surdez,dentre as doenças temos o sarampo,rubéola,caxumba e meningite.

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças, as sequelas são graves, desde perdas auditivas, pneumonia e, nos casos mais graves, levar à morte.

Desde 1928,o sarampo é conhecido como possível causa de perda auditiva.

Antes da introdução da vacina, o vírus do sarampo era a causa de 3 a 10% de todas as perdas auditivas em crianças. As campanhas de imunização são responsáveis pela queda significativa dos casos de sarampo e, consequentemente, das sequelas relacionadas.

A perda auditiva é de aparecimento súbito, logo no início da manifestação da doença. O tipo de perda auditiva é neurosenssorial bilateral, o grau pode ser profundo em 45% dos casos e leve-moderado em 55% dos casos afetados.

Sendo a perda auditiva mais frequente a do tipo neurosenssorial bilateral, assimétrica e pior para sons agudos, isto é, nas frequências altas. Sendo a perda irreversível e podem estar associados zumbidos e vertigem.

Estudos também fazem relação com a perda auditiva em casos de otosclerose, uma doença com predisposição genética e que o vírus do sarampo pode ser um fator desencadeante.

A infecção por rubéola em gestantes pode ser a causa da surdez neonatal e foi reconhecida pela primeira vez durante a epidemia australiana em 1939.

A infecção materna pela rubéola, durante o primeiro trimestre da gestação, põe o feto em alto risco de infecção congênita, como malformação cardíaca, ocular, perda auditiva e déficit intelectual.

Em 50% dos casos de crianças nascidas com rubéola congênita apresentam perda auditiva, bilateral, neurosenssorial de grau severo-profundo.

Raramente, adultos que apresentam infecção por rubéola desenvolve perda auditiva. As mulheres que planejam engravidar devem verificar com seu médico, antes da gestação, se estão vacinadas, porém a vacina é contra indicada para a gestante.

Uma boa notícia é que em 2015 o Brasil recebeu o Certificado de Eliminação da Rubéola, uma vez que não houveram ocorrências de transmissão da virose por 5 anos consecutivos.

Porém a caxumba e o sarampo têm voltado a afetar a população desde 2016, o que pode ser um indício do retorno da rubéola. O fluxo de turistas no Brasil também pode trazer a doença de volta, assim como a falta de imunização e vacinação.

O vírus da caxumba foi descrito pela primeira vez como etiologia de perda auditiva em 1860. É estimado que 5 entre 10000 pacientes com caxumba podem apresentar perda auditiva.

A perda auditiva associada à caxumba geralmente se desenvolve em crianças, já no final da manifestação da doença. O início da perda auditiva é geralmente rápido e unilateral em 80% dos casos. A perda é do tipo neurosenssorial, de grau profundo e, na grande maioria dos casos, é irreversível.

As campanhas de vacinação e imunização do vírus da caxumba fez a incidência dos casos, cair drasticamente. A vacinação deve ocorrer na infância e pode efetivamente prevenir a infecção na adolescência e na fase adulta.

Em até um terço dos casos diagnosticados, a perda auditiva neurosenssorial adquirida após o nascimento deve-se às complicações de meningite bacteriana. Durante a manifestação da doença, a perda auditiva costuma aparecer precocemente, mas pode ocorrer em qualquer fase da doença.

O tipo de perda auditiva é neurosenssorial, geralmente bilateral, afetando todas as frequências e de grau severo-profundo. Além da perda auditiva pode apresentar sequelas motoras e visuais.

Ainda é importante ressaltar, que no caso das perdas auditivas adquiridas de grau severo-profundo, pós meningite, sem ganho auditivo com o uso de aparelhos de amplificação sonora individual (aasi), o paciente deve ser rapidamente encaminhado para avaliação ao uso de implante coclear, pois a cirurgia somente poderá ser realizada com a cóclea não ossificada.

E o processo de ossificação da cóclea é frequente após a doença. A calcificação ou ossificação da cóclea impede a introdução total e/ou parcial dos eletrodos, assim como o prognóstico da reabilitação auditiva e verbal.

Na década de 1990 o número de casos de meningite bacteriana caiu cerca de 55%, principalmente por conta da imunização de rotina das crianças, com a vacina anti-Haemoplilus influenzae.

Deixamos aqui nosso alerta e contribuição para a importância da imunização da população através das campanhas de vacinação.

A sua saúde tem uma grande proteção: A Vacina e As Campanhas de Vacinação.

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