Perdas Auditivas: Festas Juninas e os gols na Copa de Futebol

Perdas Auditivas: Estamos muito acostumados com a evidente relação da exposição ao ruído e perda auditiva no ambiente de trabalho, seja nas indústrias e até mesmo meio musical e artístico.  Porém, não podemos deixar de destacar o perigo do ruído nas inúmeras situações de lazer, nas quais o indivíduo, em todas as faixas etárias, pode ter sua capacidade auditiva alterada, por um período temporário ou definitivamente. 

Nesse mês de junho de 2018, temos além das tradicionais festas juninas, também o evento mundial da Copa Mundial de Futebol, eventos que não devem faltar muita música, brinquedos ruidosos e principalmente a explosão de fogos de artifícios. Durante as festas juninas temos inúmeras situações nas quais todos nós podemos nos expor de maneira voluntária e sem qualquer proteção auditiva, ao ruído intenso, durante apresentações de grupos musicais e as tradicionais queimas de fogos. 

Não menos frequente, durante os jogos de futebol, as pessoas se reúnem em casa, bares e locais públicos e o nível de ruído é sempre muito intenso, com músicas, cornetas, apitos, além da queima de fogos de artifícios.  Devemos destacar que a exposição ao ruído intenso, por um longo período de tempo, por exemplo, durante um show ou até mesmo a situação exposição aguda, por exemplo, na explosão de fogos de artifício, podem levar a perdas auditivas, que podem ser temporárias ou irreversíveis. 

Por vezes, podemos ter casos com alterações condutivas e danos ao ouvido médio quando ocorre a ruptura da membrana timpânica. O paciente refere muita dor no momento que aconteceu a explosão, dificuldade de ouvir, podendo apresentar também zumbido.

Casos como esses, podem ter total recuperação da capacidade auditiva, após acompanhamento médico e tratamento, sendo assim um quadro de alteração temporária da audição. Exames audiológicos devem ser realizados e são verificadas alterações dos limiares auditivos e a recuperação dos mesmos.  Mas também podemos ter casos, nos quais o nível de ruído pode causar danos às células ciliadas externas do Órgão de Corti, no ouvido interno e a recuperação dos limiares auditivos não acontece, mesmo após acompanhamento médico e tratamento.

Nessa situação temos perda auditiva do tipo neurosenssorial e irreversível. O paciente queixa de dificuldade para ouvir, ouvido tampado e muitas vezes, ocorre a presença de zumbido. Também devem ser realizados exames audiológicos nos quais são verificadas as alterações permanentes dos limiares auditivos.  O ideal sempre é evitar e exposição ao ruído de maneira voluntária e sem qualquer tipo de proteção.

Nessas situações o correto é prevenir que acidentes aconteçam e garantir que as pessoas envolvidas na organização dos eventos, usem protetores auriculares, mantenham o nível de intensidade das músicas o menos intenso possível. No momento da explosão dos fogos garantir que as pessoas não estejam próximas.

Entre os amigos e as crianças evitar brincadeiras com cornetas e apitos próximos aos ouvidos, todos devem ser orientados sobre os riscos à saúde auditiva. Caso percebam qualquer mudança na acuidade auditiva uni ou bilateralmente, zumbidos, sensação de ouvidos entupidos e dores, devem procurar o médico especialista,passar em consulta e realizar exames audiológicos para a verificação de possíveis alterações nos limiares auditivos. 

O acompanhamento médico e fonoaudiológico deverá definir o quadro como sendo perda auditiva temporária ou definitiva, do tipo condutiva ou neurosenssorial, uni ou bilateral e qual o grau da perda auditiva, pós trauma acústico. 

Devemos destacar que vários episódios de alterações temporárias dos limiares auditivos podem determinar um quadro de perda permanente, logo, todo cuidado é necessário para a preservação da acuidade auditiva.  Todos nós gostamos de devemos aproveitar os momentos de lazer, porém sempre preservando a saúde. 

“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”

Fga Ana Maria M. Oliveira 

CRFª 2-4910  

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