Terapia Fonoaudiológica: Inicialmente gostaria de conceituar o fonoaudiólogo. Segundo o conselho regional de fonoaudiologia, o fonoaudiólogo é um profissional de Saúde, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua de forma autônoma e independente nos setores público e privado. É responsável pela promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos da função auditiva periférica e central, da função vestibular, da linguagem oral e escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas miofuncional, orofacial, cervical e de deglutição. Exerce também atividades de ensino, pesquisa e administrativas.
O trabalho deste profissional com crianças portadoras de Síndrome de Down é extremamente amplo, pois se preocupa com as questões de comunicação envolvendo aí a audição, a fala e as questões de mastigação e deglutição.
A síndrome de Down (trissomia do 21) é uma condição que causa alterações no desenvolvimento corporal e cognitivo. Dentre outras alterações anatômicas optarei por listar aqui as relacionadas com o a audição, fala, mastigação e deglutição:
- Ossos faciais pouco desenvolvidos, dando impressão de contorno do rosto achatado;
- Nariz pequeno, osso nasal afundado, passagens nasais estreitas;
- Orelhas pequenas, em um nível mais baixo, com borda superior dobrada;
- Os canais do ouvido podem ser pequenos;
- Boca pequena, respiração oral frequente;
- Palato (céu da boca) estreito;
- Atraso na erupção dos dentes de leite, assim como falta de alguns dentes;
- Sobreposição de dentes devido à pequena mandíbula;
O trabalho se inicia ao nascimento, pois a sucção e a deglutição frequentemente estão prejudicadas, além da coordenação destas funções com a respiração. Ainda no berçário o trabalho fonoaudiológico pode ser requisitado para adequar o processo de amamentação facilitando o ganho de peso e reduzindo a permanência do bebê no hospital.
Com o crescimento da criança o fonoaudiólogo deverá acompanhar e avaliar o desenvolvimento destas estruturas relacionadas com a alimentação, preparando-as para a fonação. A escolha dos alimentos corretos que favoreçam o desenvolvimento das estruturas orofaciais contribuem para a melhora da tonicidade desta musculatura.
Além disso, para estimular o desenvolvimento cognitivo a intervenção fonoaudiológica ocorrerá em diferentes fases. O trabalho com a linguagem receptiva e expressiva deverá ser intenso, respeitando as fases do desenvolvimento cognitivo da criança.
As alterações na qualidade vocal também são características da Síndrome de Down e podem interferir de maneira negativa no seu desenvolvimento. O preparo e acompanhamento vocal destes indivíduos podem contribuir para a melhora na qualidade de vida e melhor inclusão social.
Também é comum na síndrome de Down a presença de infecções repetidas de orelha média ocasionando perda auditiva condutiva. Portanto, o acompanhamento otorrinolaringológico e audiológico deve ser constante, de modo a garantir a saúde auditiva evitando eventuais atrasos no desenvolvimento de linguagem decorrentes do prejuízo auditivo.
A Terapia Fonoaudiológica é finalizada somente no momento em que a pessoa com Síndrome de Down apresenta condições para expressar o que pensa e o que sente, sem que haja dificuldades de compreensão e que tenha condições de interagir e garantir o seu espaço na sociedade.
Fonte: Guia do Bebê com Síndrome de Down (Dr Zan Mustacchi)
“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”
Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024