Aparelhos Auditivos ou Próteses Auditivas como também são conhecidos, são muito mais do que apenas amplificadores sonoros. Com o avanço da tecnologia eles se tornaram verdadeiros computadores de alta performance. Possuem inúmeros algoritmos que analisam o som digitalizado e o devolvem ao ouvido humano com as modificações necessárias para uma audição mais natural possível.

Os aparelhos auditivos podem ser divididos em:

  • peritimpânicos : são internos e ficam bem próximo à membrana timpânica;
  • micro canal: ficam alojados totalmente dentro do canal auditivo;
  • intra canal: ficam parcialmente no canal e parcialmente na concha;
  • retro auricular: ficam atrás do pavilhão auditivo.

Os aparelhos analógicos usados antigamente, produziam a amplificação dos sinais sonoros que eram transportados através do microfone e convertidos em pequenos sinais eletrônicos, esses sinais, por sua vez, eram transmitidos para o ouvido em tempo real. Eles eram alterados conforme as necessidades individuais de cada usuário e dentro dos limites da tecnologia analógica. Atualmente, na era digital, o microfone capta as ondas sonoras e as transforma em sinais elétricos, estes sinais são manipulados pelo computador, através dos algoritmos, com o intuito de adaptar o sinal às necessidades da perda auditiva de cada usuário, estes sons são amplificados e os sinais elétricos são novamente convertidos, agora em sinais acústicos e entregue para a orelha do usuário.

O QUE SÃO CANAIS?

Hoje é muito frequente vermos diversas propagandas de aparelhos auditivos oferecendo uma quantidade enorme de canais. Será que isso é realmente importante?

Os canais são seções específicas de frequências dentro do chip de computador de um aparelho auditivo e são programados de acordo com os resultados do teste de audição. Antes dos canais, os aparelhos auditivos amplificavam todos os sons igualmente, fazendo dos aparelhos auditivos um dispositivo desconfortável para algumas pessoas usarem. Portanto, os canais dividem a audiometria em faixas. Quanto mais plana for a audição do paciente menor é a necessidade de um número grande de canais.

O que acontece, na maioria das vezes, é que os aparelhos auditivos com maior número de canais estão aliados a outros recursos que realmente melhoram a adaptação. Portanto, o número de canais nem sempre é relevante, mas os recursos podem sim melhorar a qualidade do sinal.

Quais são os principais recursos que fazem a diferença?

  • Redutores de ruído: são filtros que reduzem o ruído, priorizando a amplificação do sinal de fala. Eles podem ser para ruído contínuo, de impacto, vento, entre outros.
  • Cancelamento de microfonia: algoritmo que reduz o apito gerado pela retroalimentação do aparelho auditivo.
  • Microfone direcional: possui maior captação para os sons vindos da frente, podendo ser adaptativos, ou seja, possuir maior captação na direção de onde vem a fala. Com isso, eles priorizam a amplificação de fala em detrimento do ruído.
  • Conectividade – geralmente por bluetooth, conectam o aparelho auditivo ao celular e a tv por exemplo.
  • Compressores de frequência: favorecem a audibilidade de frequências que muitas vezes apresentam limitação de amplificação (frequências agudas), aumentando a gama de frequências percebidas pelo usuário.

Os aparelhos auditivos digitais mais avançados possuem sistemas que rastreiam o ambiente sonoro e se modificam de acordo com as necessidades do ambiente. A partir do ambiente o ajuste é modificado automaticamente visando a melhor qualidade sonora para aquela situação. Portanto a reprodução do som é constantemente adaptada pelo aparelho com a finalidade de oferecer ao usuário a melhor qualidade do som aliada ao conforto.

O custo dos aparelhos auditivos está vinculado aos recursos oferecidos, que por sua vez, define-se através da análise da necessidade auditiva. Portanto, para a escolha adequada do aparelho auditivo, o ideal é consultar um fonoaudiólogo experiente que possa escolher entre as possibilidades existentes a que mais se adapta à necessidade auditiva do paciente.

O objetivo de um bom aparelho é oferecer um som de qualidade para o sistema auditivo do paciente, porém para que o som seja compreendido, ainda dependemos das habilidades auditivas do paciente, ou seja, o aparelho não será responsável pela compreensão, ele será responsável pela percepção. Muitas vezes, após a adaptação do aparelho é necessário um treinamento auditivo específico para tornar o cérebro mais competente para se desempenhar bem nos diversos ambientes auditivos.

Em caso de dúvida, consulte um especialista.

“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”

Fga Dra Elaine Soares
CRFª 2-8024

 

 

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